sábado, 15 de novembro de 2008

Eu penso por você, eu escolho por você


"Sempre que eu ouço a palavra cultura
Saco o meu talão de cheque
Sempre que ouço a palavra cultura saco o meu revólver"
Banda Felline (Cadão Volpato/Thomas Pappon)



A presença de grandes marcas no meio cultural é um dos grandes problemas que algumas artistas enfrentam na busca de espaço e de uma política cultural de distribuição mais justa. Basta observar que boa parte dos eventos beneficiados com leis de incentivo cultural estão na maioria das vezes associados à grandes marcas de corporações bancárias, marcas de cerveja, operadoras telefônicas, empresas de refrigerante ou de cartões de crédito.



Associadas à grandes empresas de mídia, essas corporações sem rosto se comportam como deuses que definem o que é bom ou ruim na agenda cultural do país. Basta abrir qualquer caderno de cultura dos jornais e observar que as grandes marcas compram os maiores espaços de anúncio, ganhando maior visibilidade nesses cadernos.



Do outro lado estão os artistas que não entram na grande roda de apostas da diretoria de um grande banco ou de uma operadora de celular. Eles ficam em último plano, sem nenhum destaque ou chance de mostrar o seu trabalho para o grande público que segue hipnotizado pelo último grito dos cadernos e revistas de cultura. 



Algumas iniciativas precisam ser tomadas. As leis de incentivo devem servir também aos artistas independentes que não têm o suporte de uma grande corporação por trás do seu trabalho. Espaços como o coletivo Overmundo precisam de uma divulgação maior. Público e artistas precisam se informar melhor sobre as corporações que patrocinam seus eventos.



Para saber mais sobre a invasão das grandes marcas no meio cultural, leia o livro Sem Logo de Naomi Klein. É assustador notar o poder dessas corporações. 
Aproveite para ver este curta inspirado no livro.


Arte: Capcreate 




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